Doubt é um "filme de actores". Está nomeado para cinco Óscares, e quatro nomeações são para as suas magníficas interpretações, o que deixa logo uma pessoa como eu (graaaaande fã de filmes de actores), em ânsias para o ver. O pequeno problema destes "filmes de actores" é que, por vezes, atrás das grandes interpretações estão filmes que não são grande coisa, e que sem eles iriam directos para DVD, ou talvez nem saíssem da secretária do produtor. Mas não quero assustar ninguém, não é o caso de Doubt, que até tem bastantes qualidades cinematográficas (mas é o caso de Monster (2003), por exemplo, que sucks um bocado, mas ainda assim chegou aos quatro cantos do mundo graças a Charlize Theron).
Há quatro razões pelas quais Doubt é imperdível: Meryl Streep, Viola Davis, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams (e, neste caso, a ordem tem importância). Bem, Meryl sozinha faz de (quase) qualquer filme uma experiência obrigatória, mas neste caso está bastante bem acompanhada. Quando recebeu o Actor dos SAG, Meryl disse...
"Can I just say there is no such thing as the best actress, you know? There is no such thing as the 'greatest living actress.' I am in a position where I have secret information that I know this to be true."
...mas eu acho que, inevitavelmente, ela é a melhor! E para as pobres almas que tiveram a Ir. Maria Helena Silva como professora de matemática durante quase 3 anos, you'll know what I mean!!! É que a adorável, encantadora, e mágica Meryl até me pôs a suar frio em certas alturas (juro que, por momentos, me lembrei das crises de choro que havia quando um(a) desgraçado (a) era escolhido para passar 90min de humilhação extrema em frente ao quadro...). Meryl despertará os vossos mais recalcados darkest fears, por isso preparem-se.
Seguem-se os poucos minutos de Viola Davis vs. Streep, depois a big fight entre Philip Seymour Hoffman e Streep, e toda a convivência de Amy Adams com Streep. Ou seja, é Meryl quem faz de Doubt um bom filme!
Mas houve uma coisa que me irritou um pouco... O guarda-roupa está muitíssimo rigoroso e bem feito, os cenários também, a banda sonora é de Howard Shore (sinal de genialidade, na maioria das vezes), e embora não tenha o impacto de algumas das suas obras, está perfeitamente adequada ao ambiente. O autor da peça de teatro original, John Patrick Shanley, é agora quem a adapta (aqui está a quinta nomeação do filme) e, finalmente, a realiza. Por isso, é a ele que dirijo a minha questão: Sr. Shanley, qual foi a ideia com os planos diagonais? É que são completamente despropositados!! No meio de uma intensa cena dramática, pumba!, plano oblíquo... Experiências, sim, mas não num filme destes. Foi quase tão chocante como se o Sawyer tivesse entrado no escritório da Ir. Aloysius sem camisa! Não gostei mesmo. E concordo com a Premiere, a história demora a desenvolver.
Mas como a maioria das pessoas é indiferente a planos diagonais, e ligam mesmo é ao fim do filme, façam o favor de ir ver Doubt! Go, Meryl!! Não fosse a Kate Winslet e, este ano, era a tua maior apoiante, mas a moça já merece um Óscar há muito... You understand, don't you?
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