quinta-feira, 4 de junho de 2009

Para entreter o miolo!

Sentada nas cómodas poltronas do corte inglés, quase hiperventilava de excitação! Acho que já não ia ao cinema há uns dois meses... Neste contexto, poderia dizer que fui ver a primeira coisinha que me apareceu à frente, mas isso não é verdade. Li Anjos & Demónios (SIM, EU CONFESSO SUJEITOS POÉTICOS DE LETRAS!!!), e tendo sido o livro de Dan Brown de que mais gostei, estava bastante curiosa para ver o filme.
É óbvio que Angels & Demons não é bom, é "assim-assim"... É entretenimento rápido, um blockbuster para abrir a temporada de verão, e para equilibrar o orçamento a Hollywood. E era mesmo isto que me apetecia ver! Afinal, é esta a grande vantagem da variedade de géneros em cinema. Às vezes quero ser erudita, e vejo Bergman. Outras vezes, quero misturar-me com o povo e ver coisas mais normaizinhas. Hoje até consegui fazer as duas coisas (aula de práticas de escrita tem destes encantos bergmanianos...).
Voltemos a A&D, que tem miminhos para os cinéfilos. Para além de Tom Hanks, fiquei particularmente feliz por rever Ewan McGregor (longe estão os tempos de drogado e wanker...), Stellan Skarsgård e Armin Mueller-Stahl. Quanto a pormenores mais técnicos, são de louvar o guarda-roupa e os sets (sim, é cenário. CLARO que o Vaticano não autorizou filmagens lá dentro, e quanto à accuracy das caves ou dos arquivos, só o Senhor sabe...).
Mas A&D (tanto o livro como o filme) é bastante sensacionalista, e até manipulador. Alimenta-se deste estranho fenómeno social que dita que, hoje em dia, é fashion dizer mal da igreja. Meus amigos, nem tanto ao mar, nem tanto à terra! Defeitos não lhe faltam, e não me admiro que os fiéis fujam a sete pés, mas também não é a grande e cabeluda bicha do demónio que se diz por aí. Não gosto que A&D não dê liberdade de pensamento ao espectador. Condu-lo pelos caminhos que quer: ok, agora a igreja é má, depois estes são retrógrados bons, e aqueles são visionários maus, porque os que são bons já foram maus, depois aquele é santo, mas afinal o santo não é santo e o mau é que era bom, e no fim, até gostamos bué da Nossa Senhora! Seriously?
A base não era nenhuma obra prima, e conseguiu não ser a seca de The Da Vinci Code. Digamos que entretem o miolo fatigado, e sometimes, that's enough!

1 comentário:

Anónimo disse...

"quero misturar-me com o povo e ver coisas mais normaizinhas" LOL !

Eu não achei o filme nada de especial, o livro acaba por criar mais suspense e mistério enquanto no filme ele lá vai seguindo as estátuas e puff, fim!